Refúgio confortável na Mata Atlântica próximo ao Parque Estadual da Serra do Mar

Esse sítio foi um projeto familiar.
A idéia de, em 1980, buscar um refúgio na fronteira da mata, na montanha e próximo ao mar nos levou a Cunha.
Seu desbravamento foi uma aventura. Caminhávamos quilômetros pela mata para chegarmos à clareira onde acampávamos.
Dela, partíamos para abrír as trilhas de conhecimento das montanhas e do rio Paraibuna. Construção de abrigos, ponte, estradas, de rede de energia e água, com o menor impacto foi um desafio enfrentado em conjunto pela família.
O conhecimento e desbravamento da área ainda continua, pois ainda restam muitas áreas intocadas e nunca visitadas. Mas isso é feito, sempre, com muito respeito pela natureza e pela fauna, nossos patrimônios naturais.
Há 40 anos preservamos e enriquecemos a mata com espécies que foram extraídas antes de nossa chegada, e que podem servir de alimento aos animais (palmeiras, araucárias, etc). Assim, nossas florestas passaram a ser ricas em fauna silvestre, já tendo ocorrido avistamento de dezenas de espécies de animais, inclusive com a identificação da presença de animais de grande porte como antas e até onça.
Tornou-se uma verdadeira reserva privada de Mata Atlântica, porém, com uma casa simples, mas aconchegante em seu seio.
A iniciativa de abri-la à hospedagem deve-se à vontade de compartilhar com apreciadores da natureza selvagem e da tranquilidade, uma experiência rica e gratificante.
Neste local não há cenários "falsos" de hotéis e Resorts que subvertem a natureza visando agradar aos turistas. Não há animais domesticados e "cevados" para fotos. Há apenas a natureza viva e dominante em convívio com restritas ações do ser humano.
Lá, somos conduzidos a nossa real dimensão humana perante uma natureza indômita.
É uma bela experiência.

Um vale inteiro, exclusivo, cercado de morros cobertos por florestas e com mais de 2 km do rio Paraibuna em sua divisa, é uma característica exclusiva.
A ausência de estradas de passagem pelo vale permite grande privacidade aos hóspedes.
Sentir-se numa montanha só sua, sem vizinhos, sem carros passando, sem luzes que não as suas, com os sons da natureza (riachos, grilos, aves, etc) por toda a parte, permite alcançar um estado diferenciado de meditação e repouso.
A distância de centros urbanos permite, na alta noite (após a descida do orvalho), a contemplação de um céu esplendoroso e límpido.
Vislumbrar fenômenos (já presenciados no local) como nuvem de centenas de vaga-lumes, o encontro de dezenas de tatus, ou outros avistamentos com lontras, antas, cervos, capivaras, catetos, gambás, cachorro vinagre, micos, macacos, é uma possibilidade, incerta. Sentir-se-á agraciado.
O clima local é uma força à parte. Uma região de extremos.
Em certa época do inverno pode-se ir de -3,0° C (com geadas ao amanhecer, embranquecendo tudo) até um pico de 30°C no meio do dia com umidade relativa bastante baixa. Mas, no mesmo dia, às 16:00h, já poderá estar no meio de uma névoa gelada (10°C), novamente, com 100% de umidade relativa.
Aliás, a experiência de assistir as nuvens derramarem-se como cachoeira das vertentes da serra do mar, no horizonte a menos de 5km, em direção ao interior, envolvendo e cobrindo todo o cenário é muito bonita.
Nas meias estações o clima é menos extremos sem, no entanto, deixar de demandar agasalhos à noite.
No verão, a época mais chuvosa, o clima é mais ameno, mas, mesmo assim, sujeito a variações, pela altitude.

Nadar nos remansos gelados ou banhar-se nas corredeiras do Rio Paraibuna ou no lago em frente à casa, é revigorante. Quem sabe uma ducha gelada na bica da represa possa aliviar aquela tensão das costas?
Em suma, é um local para viver o tempo de outra forma.
Um local para religar-se à natureza em seu estado puro.
Para nós, é um paraíso natural.